Atividades de combate ao mosquito envolvem capacitação, ações educativas e visitas
A Secretaria de Saúde inspecionou 834.449 imóveis, no Distrito Federal, nos primeiros nove meses do ano, para combater os focos do Aedes aegypti. O número é quase 92 mil a mais que no mesmo período do ano passado. O uso de UBV, conhecido popularmente como fumacê, também foi intensificado em 2019: foram 989.526 aplicações do insumo, contra 62.855 no ano passado; e 39.528 aplicações de UBV costal, contra 19.625 em 2018. Além disso, foram instaladas 1.354 armadilhas.![]() |
Foto: Breno Esaki/Secretaria de Saúde |
A chuva e o calor formam o ambiente perfeito para que o Aedes aegypti se desenvolva. Para evitar que essa combinação aumente a incidência de doenças transmitidas pelo mosquito, a Secretaria de Saúde tem trabalhado na prevenção e conscientização da população. Agora, com a chegada das chuvas, todas as ações foram intensificadas. Nesta primeira quinzena de novembro, por exemplo, está sendo finalizado o quarto e último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) deste ano. Com os dados, será possível traçar novas estratégias regionais, aumentando a efetividade das ações.
Atenção primária
A capacitação também tem sido frente de trabalho na Atenção Primária, importante aliada nas notificações e tratamento de casos de doenças transmitidas pelo Aedes, como a dengue. Os profissionais da Estratégia de Saúde da Família estão sendo preparados para atuar em cenários de prática de investigação epidemiológica, visando ao aprimoramento das ações de vigilância, prevenção e controle de arboviroses.
“Estas ações consistem em selecionar uma área de cobertura da Estratégia de Saúde da Família, respeitando critérios de capacidade operacional associados à existência de evento epidemiológico recente, como caso confirmado de dengue, nas quatro semanas que antecedam ao início da semana de atuação, no território”, explica o diretor de Vigilância Epidemiológica, Cássio Peterka.
As atividades já foram realizadas em quatro Superintendências Regionais de Saúde: Centro-Sul, Oeste, Leste e Sul. Desde o mês de julho, a Subsecretaria de Vigilância à Saúde tem mobilizado as regiões e sensibilizado os profissionais para a intensificar a capacidade de resposta e enfrentamento das arboviroses.
Manejo
A prevenção e controle das doenças também contam com manejo ambiental. A atividade consiste, dentre outras coisas, em retirar dos ambientes residenciais, comerciais e áreas públicas os materiais inservíveis antes que virem criadouros do mosquito.
A execução é intersetorial, pactuada com órgãos do GDF como Secretaria das Cidades, SLU, DF Legal, Corpo de Bombeiros Militar e, em especial, as Administrações Regionais. No geral, elas ajudam na localização dos inservíveis e fornecem apoio logístico – incremento de mão de obra e veículos – para remoção de material. A execução dessa pactuação é realizada de forma descentralizada pelos Núcleos Regionais de Vigilância Ambiental (Nuval).
Entre janeiro e setembro deste ano, os trabalhos foram intensificados em Santa Maria, Vila Planalto, Granja do Torto, Varjão, São Sebastião, Sobradinho, Taguatinga, Paranoá e Ceilândia. Em Taguatinga, por exemplo, foram 129 notificações de imóveis. Em Ceilândia, 75 ações de manejo, 124 casas abandonadas inspecionadas e três casas de acumuladores tratadas.
Enfrentamento
No final de outubro, a Secretaria de Saúde apresentou o Plano de Enfrentamento das Arboviroses (2020/2023). Ele foi elaborado em concordância com as áreas técnicas e a Sala Distrital, com objetivo de reduzir o número de mortes provocadas pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Além disso, o documento pretende aumentar a efetividade das ações e diminuir o tempo de resposta no combate ao mosquito, minimizando as dificuldades decorrentes da sazonalidade e os riscos de epidemia.
As ações objetivam dobrar de 40 para 80 o número de veículos para aplicação do fumacê, reforçar com mais 200 pessoas o efetivo de agentes nas ruas, usar motos para reforçar pulverização de Ultra Baixo Volume (UBV) e contar com o apoio de 1,5 mil agentes do Corpo de Bombeiros.
O plano é organizado em cinco eixos temáticos: coordenação; assistência; vigilância; apoio logístico; comunicação, mobilização e educação em saúde. A ideia é organizar o espaço e a responsabilidade de cada órgão do DF nessa rede de enfrentamento do Aedes aegypti.
Com informações da Secretaria de Saúde.